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Começa a grande poetisa Manuela Barroso:
E chegando à noitinha
Regando o meu jardim
misturava a cor das rosas
e o cantar alegre das aves
com outras flores formosas.
Da nascente a água fresca
um bálsamo da Natureza
correndo pelos regatos
contornavam os desacatos
do coaxar das rãs na represa.
Quando o rio convidava
de cana na mão ia à pesca.
O prazer da dança dos peixes
no desalinho da linha
para mim era uma festa.
CONTINUO:
Pois eu rego os meus canteiros 5) É que toda a gente gosta
Bem cedo,pela manhã, Destes « frutos» sazonais
Rosas, zínias e craveiros, Que o rio não dá à costa
Que não têm nada de arteiros, E pescá-los, da encosta,
Ouvindo música sã: É difícil por demais.
É o alegre chilrear Dantes, havia pesqueiras,
De toda essa passarada Que agora estão afundadas
Que volteja, pelo ar, E o povo das costeiras,
E eu olho, lá da sacada, Passando muitas canseiras,
Muito contente, a cantar, Traz lampreias arranjadas.
Seguindo-lhes a toada.
E então, com satisfação,
Mas há outros sons por lá, Reúnem logo as famílias
Que enchem nossos ouvidos. Umas, lá no casarão,
Vêm dos regatos que há Outras, debaixo das tílias,
Com seus anfíbios, coaxando, P'ra uma bela refeição.
E mais bichos destemidos.
Há festa durante os meses,
O Douro, bem lá ao fundo, Que vão de janeiro a abril.
Só dá p'ra pescar à cana. E eu vejo, muitas vezes,
Com barragens, é profundo Emigrantes portugueses
E as lampreias e sáveis A regressar p'lo repasto
Que são muito indispensáveis Aos magotes, mais de mil.
Não chegam nem p'ra meio mundo.
Beatriz de Bragança Santos