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Os lábios do vento pousam sobre a minha face, ora numa carícia que apetece, ora fustigando-me a cútis.
Pela minha mente perpassam ideias, boas e menos boas. O Tempo que o vento traz, pode ser favorável ou não, tranquilo ou tumultuoso.
O tom da ventania, sussurrante, dificulta a comunicação, seja ao vivo ou por telefone.
Sinto-me só, mas confiante. Afinal, se tudo se transformar em vendaval, poderei ser levada a bom porto.
Há uma espécie de inércia, que não é compatível comigo. Sou lutadora, uma loba! Mas este ar em movimento, que já me trouxe tanta felicidade e inspiração, está agora a irritar-me.
O desconhecido porvir apoquenta-me e esta ondulação do ar podia agora beijar-me, com um certo carinho.
O meu olhar fica marejado, sem que eu possa evitá-lo. Estou na rua. Tento parecer bem. É difícil!
Não oiço nada, só o vento, a recordar-me uns instantes, que já foram prenúncio de vivências tão boas!!!
Queria voltar atrás, porém o Tempo é cruel. Deixa-me refazer o caminho ao contrário, só naquele passeio, naquela rua, mas não na Vida!
Seja do Norte ou do Sul, este vento
no momento,
só se afigura um lamento,
que acompanha o meu tormento.