DOCES

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Em creme, folhados,
Bolos ou compotas,
De natas, de amêndoa,
Figo ou alfarroba
E ovos em fio...

Enchem nossos olhos
Belas sinfonias,
De manhã, de tarde,
Em todos os dias...
Harpejam doçuras!

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De frutas bem frescas
Ou de fruta passa,
Mui bem recheados
Ou só enfeitados,
Que importa? São doces!

De tantos tamanhos
E de mais feitios,
Com mel, em xarope,
Em calda, ou no frio

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Causam diabetes e obesidade...

Mas, se consumidos
Com moderação,
Sao ternas carícias
Pro'olfacto e visão
E as minhas papilas
Gustativas dizem
Que não fazem mal!
Acreditem! Não!!!

POEMA NATALÍCIO-PARTE II

(CONTINUAÇÃO)

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Perpassa-lhe pela ideia o Calvário,
-Hora
Dolorosa e de abandono!...
...Triste fadário....
E ao longe a messe de que é dono
Ondeia,ondeia,
Nao redimida!
E um arcanjo lindo harpeia
Canções de vida!
E a messe bela ondeia,ondeia,
Cheinha de ervas ruins, sem lavrador,
Sem luz...(que treva feia!...)
...Assim viúva do amor
E do sorriso
Que perdera no paraiso...
E na gruta que cheira a pão e a vinho,

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Vao tangendo as tiorbas, docemente,
Os arcanjos que cantam de mansinho
Canções de amor eternamente
A Deus...
Que sinfonia
De luz,- a dos anjos dos céus!
Como alegra, encanta e extasia!
Maria é toda beijos e sorriso
E os pastores estão em adoração
ao grande rei do paraiso!
E em tão leal e simples abstracção
Encontra a lua, cheia
Os bons amigos de Jesus,
Enquanto ao longe a messe loira ondeia
Irredimida e ávida de luz!

12/12/1942

J.E.SANTOS (meu pai)

POEMA NATALÍCIO- PARTE I

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A noite é negra, feia, triste e fria,
Em Belém tão linda...
Por ordem de César, Maria
E José na cidade estão. Infinda
Tristeza vela o rosto do Esposo,
Porque a Virgem precisa de dormir
E o caminho foi longo e bem custoso!
Mas para onde é que hão-de ir?

Não há, na cidade, hospedaria
Que esteja vaga.
...E a noite é negra,feia,triste e fria...

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-Escuridão pressaga
De mais luz...E os pobres caminheiros
Deixam Belém
E aparecem, no céu, alguns luzeiros
Peregrinos também...
A noite de Natal!

Acolheu-se em pobre lapinha
O par mais santo que o mundo viu.
Batia a meia-noite. Uma Luzinha
(Jesus) nasceu e a Virgem sorriu...

Revoadas angélicas adoram
E os esposos de comoção

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Até já choram!...
Arcanjos divinais, harpas na mão,
Tocam e cantam linda melodia
Que alegra e enlouquece!...
...Anda o ar perfumado de alegria
Até que por fim alvorece...
Que poesia
Que diviniza a Natureza
Tão invernosa e fria,
Tão nua e falha de beleza!...
Jesus nasceu!
E alegres pastores
E espíritos angélicos do Céu
Vêm adorar o Deus recém-nascido;
Ele chora!...
                                                       (CONTINUA)

J.E.SANTOS (meu pai)